terça-feira, 7 de julho de 2009

Memoriais dos Cursistas

Memorial
Euda Cristina Ferreira Zacarias

Minha vida escolar começa aos seis anos, pois fui alfabetizada por minha mãe (Eunice Zacarias) que era professora e lecionava no Instituto Monsenhor Bernardino, no Bairro Petrópolis em Caruaru. Fiz um teste de leitura logo que cheguei à escola e fui para 2ª Série. Estudei com ela na 3ª série, gostei muito, mas tinha que ser exemplar, pois era a filha da professora.
Quando andava de ônibus sentava ao lado da janela para ler em voz alta, todos os anúncios e nomes de lojas que encontrasse pelo caminho.
Sempre gostei de estudar, chorava quando não podia ir à escola. Fazia as tarefas rapidamente e para poder conversar com minhas colegas.
Morava no Bairro Agamenon Magalhães, ia pra escola com a minha avó, Dona Amara, era uma difícil caminhada sob o sol do meio dia. Mas, para mim a escola era alegre, tinha ótimos professores, pois, era o meu único lazer e eu aproveitava o máximo que podia,brincando de polícia e ladrão no recreio ou sendo aluna-colaboradora. Qualquer atividade que me pedissem, fazia com muita alegria, inclusive, descarregar um caminhão de palmas com os meus amigos, pois havia uma criação de gado ao lado do pátio da escola. Contudo, o meu sonho era estudar em uma escola no centro da cidade, para poder andar de ônibus.
No ano de 1980 realizei o meu sonho, fui cursar a 5ª série no Colégio Sete de Setembro, foi nesta época que o meu pai faleceu em São Paulo, num assalto ao ônibus que ele dirigia. Meu tio mandou o recorte do jornal que relatava o fato ocorrido. Levei para o colégio para mostrar aos meus colegas, foi o texto mais triste que eu li.
No ano de 1982, fui batizada na Igreja Batista, o que deixou minha família ficou muito feliz. Minha avó era analfabeta, mas contava histórias bíblicas e dizia em qual livro estava escrito para que eu pudesse ler.
Tive excelentes professores, dos quais lembro com muito carinho. Professor Honório que fazia da aula de Matemática uma grande diversão, Professora Edite de Geografia, levava um aviãozinho para a sala de aula sempre que íamos estudar outro país ou continente, Professor Evandro de Biologia, com suas aulas práticas no laboratório, o colégio era particular, mas tinha convênio com o estado somente no horário da tarde e perdia a bolsa quem fosse reprovado, foi assim que consegui terminar o Ensino Médio.
O Professor Mafra de Língua Portuguesa, e o Professor Evilázio de Literatura tiveram grande importância na minha formação como leitora. Os livros que mais gostei desta época: Vidas Secas de Graciliano Ramos e Os Bruzundangas de Lima Barreto.
Passei no concurso para professor do estado. Lecionei na Escola Professor João Monteiro, em Belo Jardim. Em 1990, vim para a Escola Professor Vicente Monteiro. Ainda no período probatório fui chamada para fazer parte da coordenação regional do Sindicato dos professores. Nessa época, conciliei as atividades sindicais com a sala de aula.
Fiz o curso de Letras na FAFICA, onde tive a honra de estudar com grandes mestres, Professor Kermógenes, Professor Pedro Alcântara, Professora Margareth.
Trabalhei mais de dez anos na Escola Professora Rosilda Maciel, no Bairro Agamenon Magalhães, onde morava. Lecionei nas turmas de alfabetização, EJA (Educação de jovens e adultos) e nas turmas de 5ª. a 8ª. série.
Em 1991, consegui acréscimo de carga horária e fui para o Colégio Dom Miguel de Lima Valverde. Em 2004, transferi minhas 50 aulas para a Escola Professora Adélia Leal Ferreira, onde lecionei Turismo e Inglês no Ensino Médio.
Em 2005 comecei a lecionar na Escola Duque de Caxias, onde fui acolhida com muito carinho por todos que fazem a escola.
O ano de 2009 já está marcado pelo meu crescimento profissional, pois estou cursando Pós-Graduação em Língua Portuguesa na UPE e estou fazendo o Gestar II que muito tem contribuído para melhorar minha prática na sala de aula e ampliar meus conhecimentos.
Assim, sigo minha vida com fé em Deus, cantando a beleza de ser um eterno aprendiz.





Memorial Profissional.
Meu primeiro contato com a educação aconteceu em 1972, ano em que eu estava com 06 anos de idade, nesta época não havia alfabetização nem jardim da infância e fui logo cursando a 1ª série primária que hoje equivale ao ensino fundamental I.
Meus pais eram feirantes, trabalhando na feira livre de Caruaru, Camocin de São Félix e São Joaquim do Monte, desde cedo com meus 07 anos de idade meu pai me levava para ajudar no trabalho dele, no entanto eu ia só para me divertir, mas aos pouco fui compreendendo o trabalho e aprendi com ele a atender os clientes e fazer contas para receber e passar trocos.
O meu primário, ou seja, da 1ª a 4ª série do ensino fundamental, estudei em escolas publicas. 1ª e 2ª série na escola Fabiana Ringles, 3ª e 4ª na Escola Reverendo Alfeu de Oliveira que ainda existe na minha cidade “Caruaru”, 5ª e 6ª no Colégio Nicanor Souto Maior onde fui reprovado na 6ª, pois não gostava das aulas de artes e religião por isso fui reprovado, pois não assistia as aulas. Fui estudar no colégio Municipal Álvaro Lins e cursei a 6ª e 7ª série, logo após voltei para o Colégio Nicanor Souto Maior, onde continuei meus estudos e me formei em Contabilidade em 1984, que nesta época valia como o grau Médio.
Todo meu percurso escolar se deu em escolas públicas e me sinto honrado de ter me formado no ensino público. Ao concluir o 2º grau (ensino médio) em 1984, fiquei 18 anos sem estudar exceto em 1985 que fiz um ano de Inglês no CCAA, mas tive que parar os estudos, pois não tinha dinheiro para pagar as mensalidades. Nesse passar do tempo me tornei professor de ginástica e dança, trabalhava em várias academias da cidade de Caruaru. No entanto sempre tive vontade de me formar no curso de Letras, porém o tempo foi passando e o curso caiu no esquecimento. Em 2002 a vontade de cursar uma faculdade floresceu e prestei vestibular para o curso de Letras para o turno diurno me classificando em 12º lugar fiquei muito feliz e assim iniciei a minha vida acadêmica na FAFICA. Na graduação o livro que mais me chamou atenção foi “O mundo de Sofia”, indicado pelo Professor Maurício, pois o mesmo relatava a história dos deuses gregos com muita presteza, a história era contada em um romance o que deixou o livro fascinante para mim. Outro professor que marcou meus estudos na FAFICA foi Inara e Edson Tavares, pois os dois mostravam competência e segurança no que ensinavam. Outro livro que marcou minha vida acadêmica foi “A língua de Eulália” de Marcos Bagno indicado pelo professor Denner Edysio, excelente romance que fala sobre o preconceito lingüístico, que infelizmente enfrentamos no dia a dia escolar. Conclui o curso em 2006 e fiz o concurso para professor do Estado e fui classificado em 35º lugar na cidade de Caruaru, a felicidade foi total, pois estava realizando um sonho que era de ser um educador e contribuir com o desenvolvimento intelectual de sujeitos inseridos na educação. Nesse mesmo ano fui contemplado no meu trabalho no Centro Social São José do Monte, onde trabalho até os dias de hoje, com uma viagem para a Alemanha com o objetivo de participar de um festival de teatro e dança na cidade de Lingue em que fiquei responsável por seis crianças que estudam dança no C.S.S.J.M, como monitor e professor de dança, tive essa oportunidade de compartilhar experiência com vários participantes de 50 países como também de ministrar um mine curso de danças brasileiras para professores de vários países.
No ano de 2008, fui nomeado pelo Estado como Professor de língua portuguesa, devido ao concurso do qual fui classificado, nesse mesmo ano concluí minha Pós-Graduação em Língua Portuguesa e hoje estou localizado na Escola Santo Amaro (Vila Kennedy), e me sinto feliz, pois os professores e a equipe de trabalho em geral são pessoas de ótima convivência como também capacitadas para os cargos que exercem. Este ano “2009”, iniciei minha participação no GESTAR II e estou gostando muito, com a certeza de que essa formação continuada vai contribuir de forma significativa para melhorar a minha vida com profissional da educação.
Por fim essa é minha trajetória profissional da qual sinto muito orgulho e sei que vou ter facilidades e dificuldades no desenvolver do meu trabalho, mas se não existissem essas contribuições positivas e negativas o aprendizado perecia e não precisaria mais de profissionais que se empenhasse em melhorar o ensino aprendizagem. A educação precisa estar sempre inovando, sendo discutida e analisada para entendermos onde estão nossas falhas e nossos acertos para assim contribuirmos com desempenho positivo para a educação.



Por: Ricardo Lourenço de Lima

Memorial de Sônia Barros

O meu início de vida escolar não foi muito marcante pois não me deixou tantas lembranças, foi um período que me recordo muito pouco. Os meus pais tinham muitos sonhos, queriam que eu fosse advogada, mas o destino me reservou outras surpresas. Lembro-me do primeiro livro que li: “O Patinho Feio”, como eu adorava lê-lo, até achava que aquela história lembrava um pouco da minha vida. Naquela época as aulas não eram muito atrativas, mas sempre fui uma aluna muito dedicada e quando chegava da escola corria logo para fazer as tarefas de casa, eu estudava com a minha irmã mais velha e como ela era preguiçosa para executar as atividades , eu fazia a minha e a dela, isso escondido da minha mãe, é claro! Ah, que tempo bom! Sempre gostei muito de ler, mas na minha infância estudei em escolas pequenas e elas não ofereciam uma biblioteca, só tinha acesso à leitura quando ganhava livros de presente ou os meus pais compravam.O ensino médio cursei no colégio Sagrado Coração em Caruaru, tive uma boa formação religiosa e sei que essa base fortaleceu os meus princípios éticos e morais e associada a estrutura familiar sólida que tive acredito que foram fundamentais para ser uma profissional competente e respeitada. Foram momentos inesquecíveis naquele tempo, tinha uma relação de amizade verdadeira, era muito gostoso ir para o colégio, cada dia era uma novidade. E os professores? Esses , sim eram interessantes... Alguns até muito temidos por nós, mas tinha uma professora de Psicologia, que essa jamais esqueci, era uma pessoa meiga, nos estimulava bastante e além do mais as aulas eram fascinantes, sempre trazia uma dinâmica e sentia que ela tinha um carinho muito especial por mim. Desde aquele tempo passei a gostar da Disciplina, tudo me atrai na mente humana e ainda hoje tenho guardado esse sonho de cursar uma Faculdade de Psicologia. Determinados conteúdos achava que eram irrelevantes serem aprendidos, não entendia o porquê de estudar Física quando a minha escolha seria fazer o Magistério, não tinha sentido nenhum para minha vida, mas acho que estava enganada, pois eles foram bastante úteis, depois de muitos anos de ensino trabalhei com o Projeto Avançar e tive necessidade de rever esses conteúdos e aí passei a entender que nada na nossa vida é em vão e que o conhecimento nunca deve ser limitado.A minha experiência profissional é fruto de um trabalho adquirido quando tinha apenas 16 anos, no ano de 1984. Iniciei minha carreira de professora no colégio Sagrado Coração, quando na época também já cursava a faculdade de Pedagogia na Fafica. Nesse período lecionava em uma turma de Alfabetização, mas foi por apenas um ano, pois o meu pai era militar e precisei me mudar para Arcoverde, tive também a oportunidade de trabalhar com uma turma de 2ª série na Escola Tico e Teco do referido município em 1987 e cheguei a fazer um novo vestibular passando a cursar Letras, foi por apenas um período de um ano.Tivemos mais uma transferência para Petrolina e cheguei a ensinar durante seis meses no colégio Dom Bosco, dessa vez em uma turma de 3ª série e daí continuei o meu curso de Letras.Nesse período superei muitos desafios, pois meu pai chegou a falecer e precisei vencer muitas etapas, como por exemplo ter de ir à luta em uma cidade a qual não conhecia ninguém e isso me rendeu uma carga de experiência bastante valiosa.Nos anos de 1989 a 1993 foi quando realizei um dos meus grandes sonhos, passei a lecionar em uma escola de grande porte em Recife, o colégio das Damas, trabalhei com turma de 4ª série foi onde adquiri uma grande bagagem profissional, venci barreiras, pois me considerava uma pessoa tímida. Cheguei a participar de muitos cursos e capacitações e isso me enriqueceu como pessoa e como profissional, também foi nesse ínterim que terminei minha faculdade de Letras na Funeso, em Olinda. Esse curso foi uma ferramenta que ampliou os meus conhecimentos dando-me um embasamento teórico para que pudesse atuar com mais segurança dentro da área de Língua Portuguesa. Claro, que a faculdade é apenas a mola que proporciona o impulso, precisamos ser sempre pesquisadores e estarmos atentos as mudanças. A educação, como qualquer outro setor não é algo estático, tudo se renova num processo muito acelerado e precisamos acompanhar essas transformações para que sejamos profissionais preparados para enfrentar os desafios. Muitas leituras foram importantes durante o curso, principalmente aquelas que tinham respaldos e fundamentos em teóricos da educação, pois eles trazem o embasamento para que possamos nos guiar e formar os nossos conceitos, bem sabemos que a teoria se distancia em muito da prática e vivência de sala de aula, mas esses ensinamentos nos oferecem boas alternativas para driblarmos as diferenças.Hoje não posso dizer que sou uma pessoa completamente realizada dentro da educação, acredito que ainda precisamos avançar bastante, somos uma categoria pouco valorizada, talvez até tenhamos um pouco de culpa por muitas vezes nos acomodarmos e permanecermos na mesmice. Apesar de tudo gosto do que faço e sei que podemos nos unir e lutarmos por condições mais dignas, porém estou buscando outras alternativas tenho investido em concursos públicos, alguns na área de educação, outros não. Começarei também a cursar Direito e vejo todas essas opções como algo que só tem a me enriquecer, como também abrir leques e possibilidades de ampliar cada vez mais os meus conhecimentos.Ser leitor nos dias atuais considerando nossa missão de educador chega a ser até um desafio, somos engolidos por um grande vilão: o tempo, o nosso trabalho nos preenche diariamente e as péssimas condições salariais nos levam a termos mais de um emprego, e isto se torna na maioria das vezes um obstáculo que temos por obrigação e necessidade vencê-lo. A leitura nos traz a compreensão e entendimento de mundo, através dela estamos conectados com o planeta, o verdadeiro conhecimento nos é dado através de bons livros, boas leituras, sendo assim por que desprezá-los?

Um comentário:

  1. Engraçado como até já tinha pensado em postar os textos memoriais dos cursistas, mas não postei. Tua ideia é bacana. Vou pedir a elas autorização para publicar.

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